terça-feira, 25 de novembro de 2014

E agora?

Eu fico arrasada. Arrasada com minha vida. Eu não sei muito bem como ficar sozinha.
Eu até sabia antes de ter minha vida em quase morte.
Eu sabia como me aproveitar da solidão.
Agora não sei mais.
Me sinto sozinha e insegura com todas as coisas que a vida oferece.
Me sinto num desespero de me sentir só....
Me sinto o incapaz de lidar com tudo isso.
Onde foi que eu perdi meu amor próprio?
Onde foi que eu me abandonei?
Onde foi que eu deixei de ser suficiente para mim mesma?
Onde foi que eu precisei do amor do outro para me sentir amada?
E todo aquele amor e orgulho que eu tinha e me orgulhava de ter por mim mesma?
Eu não sei mais...
Sinto a desolação fazer parte de mim.
Sinto-me incapaz de manter alguém que me ame assim, como eu sou.
Mas eu preciso mesmo de alguém? 
Será que eu não precise retomar o amor próprio que eu sempre senti?
Eu sou mais do que isso!
Sou mais do que esse desespero.
Sou mais do que esse "fim de tudo".
Sou uma nova chance pra refazer melhor tudo o que eu já sabia fazer.
Não, eu não teria sobrevivido àquele acidente se não fosse que passar e superar tudo isso. 
Mas como superar?
Como não ter vontade de sumir? De ser engolida pela terra?
Eu não me sinto no direito de reclamar, de questionar. Mas tá sendo tão difícil...
Eu não me sinto suficiente. E eu não me sinto obrigada a ser suficiente.
Onde é que eu estou errando?
Será em tudo o que eu quero conquistar com uma vontade urgente?
Será que é isso que vai fazer de mim uma pessoa solitária e desejosa?
Será que é isso que vai fazer de mim uma pessoa solitária para todo o sempre?
Eu tento ser mais de mim e acreditar que tudo o que eu quero é absolutamente possível.
Eu tento acreditar que vou dizer tudo o que eu sinto para alguém que me dirá que sente o mesmo.
Eu tento me convencer de que não era pra ser, mas me sinto tão incapaz.
Eu tento. 
Mas não consigo,
Restam-me lágrimas e uma garrafa de vinho.
Restam-me imagens de casais felizes.
Resta-me a desolação.
Eu não quero me diminuir. Eu sei que sou melhor do que isso tudo.
Mas, agora, eu sou isso tudo.
Mas, agora, eu não quero mais.
Mas, agora, a garrafa de vinho faz sua parte.
Vai passar...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Aprendendo

Já faz mais de três meses que sofri aquele acidente. Com muita sorte, uma família incrível, muitos amigos e muitos cuidados, estou ótima. Me recupero cada dia mais. Fui liberada pelo neurologista, fiz as duas cirurgia no ombro direito, um pouco de fisioterapia e recebi alta do ortopedista também.
Voltei a escrever com a mão direita, consigo ler muito bem, voltei a dirigir meu carro, estou trabalhando aos poucos e muito muito feliz.
Nesse tempo que passei, aprendi o valor de pequenas coisas que a gente faz sempre e não se importa. Costume é assim...
Depois de dois meses tomando banho dado pela minha mãe, fiquei tão feliz quando decidi tomar banho sozinha, que tive uma vontade enorme de chorar no banheiro. Eu sei que parece ridículo, mas fez muita diferença pra mim. Acho que foi o banho mais longo da minha vida e eu sei que vou lembrar disso pra sempre.
Chorei quando dirigi meu carro pela primeira vez, depois do acidente; Fico radiante quando consigo um novo movimento com o braço direito; Fiquei ansiosa no dia da segunda cirurgia no ombro e muito feliz quando sai do hospital... São coisas muito pequenas, mas absolutamente importantes.
A alegria está por aí! Em qualquer lugar, em qualquer coisa, nas pessoas, na vida... Eu me sinto melhor agora. Sou mais feliz, menos ansiosa, mais calma, mais paciente. As coisas acontecem porque elas precisam acontecer. Mesmo que seja ruim, doloroso, medonho... Elas sempre passam e te fazem uma pessoa melhor.
É isso que tenho aprendido todos os dias. E isso tem sido muito bom pra mim.
Beijinho

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Viva! Graças à Deus

Oi gente! Estou escrevendo com e mão esquerda, me desculpem se eu errar...
Eu cai de uma escada, afinando luz em Jundiaí. Tinha quatro metros e meio. Alguma coisa passou na minha cabeça e eu não achei que fosse viver. Na minha cabeça era minha última vez. Acho q isso passou na cabeça de quem foi me ver no hospital.
Minha família ficou sabendo o q aconteceu comigo umas três horas depois. Eu cai as 17:30, eles souberam as 20 horas e sairam de São Paulo correndo.
Foi do lado direito minha queda. Os meninos estavam na cochia fazendo seu trabalho. O Adriano, meu amigo (e técnico de som) me disse q eu gritei quado estava caindo. Os meninos vieram em volta de mim, na cabeça deles eu quebrei um braço, no pior caso uma perta. Mas eu sangrei e estava no chão desacordada. Eu tenho certeza que eles ficaram com medo do ia me acontecer. Eu bati a cabeça, o ombro, o ouvido... Sangrei um monte pelo palco e fui levada pra um hospital por uma ambulância. Os meninos me disseram que eu segurei a mão de cada um e estava respirando.
Eu fiquei sem abrir os olhos, deitada numa cama da UTI.
Eu tenho muitos amigos e muita gente que gosta de mim de verdade. Acho que eu não morri por isso... Minha família ficou comigo o tempo todo e eles não acreditam que eu ia morrer. Acordei logo, não lembro o nome das pessoas q foram me ver no hospital (e eu amo muito cada um deles), falei um monte de bobagens, não comi um monte de coisas e só lembro dessas coisas porque sempre me contam as coisas malucas que eu fiz enquanto não lembro de nada.
Hoje estou em casa, melhorando muito o tempo inteiro. Não esqueço o nome de ninguém e sempre tenho alguém aqui comigo.
Mês que vem tenho uma cirurgia no ombro direito (a última, eu espero) e vou ficar melhor do que estou agora.
Eu não posso tomar banho soquinha, não podia ler (agora eu tenho feito muito pra aprender de novo), não posso dirigir meu carro, não posso trabalhar... e estou muito feliz por estar viva. Eu vou me esquecer disso tudo e vou sempre agradecer quem rezou, quem me desejou força, quem esteve comigo o tempo todo, quem nunca esteve mas sempre se preocupou comigo, quem veio me ver, quem não veio porque não tinha tempo... eu vou sempre dizer obrigada.
A minha família, os meus amigos... todo mundo: muito obrigada mesmo!
Logo, quando estiver melhor, vou escrever novamente e com a mão direita!
Um beijo enorme pra todo mundo =)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Da Importância de Programar-se

Inovando... não quer ler? Escute =)

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Eu estou viajando pela Europa desde o dia 28/12/2010. É o auge do inverno.
Vim pra cá por vários motivos que agora vejo meio confusos na minha cabeça. O motivo principal era um curso, com duração de 3 dias, na Alemanha.
Se fosse mesmo esse o motivo principal não precisaria de 40 dias - agora prorrogados para 50 - por aqui.
Talvez estivesse mesmo precisando de um tempo comigo...
Talvez precisasse desafiar minha capacidade de ficar sozinha, de ver beleza na solidão e de rir comigo mesma.
Eu venci o desafio, até agora, pelo menos.
Resolvi escrever sobre o quanto é importante fazer programações de vida pra conseguir viver as coisas com a intensidade que elas merecem.
O Tempo é um dos maiores adversários numa viagem como essa. Você quer fazer muitas coisas, viver muitas coisas e, do nada, o tempo acaba.
Eu não sou a pessoa mais organizada do mundo, mas, se pensar bem, não me arrependo por não ter otimizado o meu tempo.
Deixei de visitar lugares e pessoas por não me organizar, mas, por outro lado, ganhei mais tempo em lugares e com pessoas com quem eu queria estar.
A ideia é não sofrer, sob nenhuma hipótese. É pra ser bom! É pra ser a experiência mais incrível da vida.
Mas nem pense em desperdiçar o seu tempo! Eu deixei de viver experiências, que queria muito ter vivido, por deixar o tempo correr solto.
A dica é: Não corra atrás do tempo, corra na frente dele!
Dinheiro também é um grande vilão. Pelo menos pra quem sua pra ganhá-lo, como eu. É importante, muito importante, saber fazer contas. Se o seu objetivo é conhecer os lugares, esqueça de fazer compras. Informe-se sobre o modo mais barato de se locomover e ande muito a pé. Seus olhos deixam de ver coisas lindas dentro do túnel de um metrô.
Saiba seus limites e evite que o dinheiro acabe antes da viagem, sob pena de os dias se tornarem uma tortura.
Evite os lugares com grandes fluxos de turistas. Lá, certamente, tudo será mais caro.
Leve pequenos lanches na mochila. Isso é bem comum por aqui.
Se ficar em um lugar com cozinha, cozinhe.
Mas reserve-se o direito de gozar de pequenos luxos, como um jantar na Torre Eiffel, em Paris, mesmo que, nos dias seguintes, sua alimentação seja baseada em McDonalds.
Anote seus gastos, conte quantos dias faltam pra ir embora e pense duas vezes antes de comprar a bota de neve que só serve pro inverno europeu...
Programe seu corpo! Seus cinco sentidos precisam estar aguçados. Cheiros, cores, sabores, toques e sons estão por toda parte. Preste atenção neles! Você vai andar mais do que costuma, vai comer coisas que nunca comeu (embora esse não seja meu caso, já que não ouso no paladar), vai passar por temperaturas que nunca passou, vai viver um fuso horário, vai dormir pouco... É muita informação!
Programe sua mente! Você vai ver coisas lindas, vai ter vontade de estar com as pessoas que ama, vai ter saudades e vontade de chorar. Mas também vai rir e sentir o coração feliz. Vai sentir calma e paz. Vai ter vontade de explodir e vontade de se recolher. Vai precisar de tranquilidade pra administrar tantas sensações.
Programe seu coração! Você vai ver os casais felizes e vai sentir inveja, vai sentir solidão... Você vai se apaixonar a cada cinco minutos e vai ter que ter o coração forte pra se desapaixonar. Você vai sentir muita saudade, o tempo todo. E, se você se apaixonar de verdade, vai ter que ponderar se vale a pena viver um amor a distância. Quase nunca vale...
Se o seu coração não estiver preparado, não vai adiantar ter Tempo nem Dinheiro.
Se o seu coração não estiver preparado, você não vai saber aproveitar nenhuma das sensações incríveis ao seu redor.
Pra mim, é o mais importante: Preparar o Coração!
E boa viagem!

=)

PS: Música de Fundo do Áudio "Paris, Texas", Gotan Project