quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Observações


Tenho andado introspectiva.
Isso parece absurdo pras pessoas que me conhecem. Logo vêm me perguntar se estou triste, se aconteceu alguma coisa, se tem algo me incomodando... Simplesmente porque eu tenho ouvido mais que falado, tenho pensado mais que agido, tenho observado mais que participado.
Acho que nunca tive um momento assim em toda a minha vida.
Eu sempre protagonizei todos os meus momento especiais, sempre chamei para mim toda a atenção, sempre fui agente realizador. Agora eu tenho vivido como coadjuvante e - o mais incrível - faço isso por opção. Não, não é uma opção para a minha vida, é uma opção para esse momento.

Observando, e não tagarelando como faço de costume, descobri o principal motivo da infelicidade humana: a imaginação!

Sim, pois ela é responsável por fantasiarmos as coisas, por colorir de rosa o que na verdade é preto. Isso não é de todo ruim, mas é ópio. O efeito passa, a felicidade que advem da fantasia uma hora termina e o que seria ruim a princípio é muito pior passado o tempo.

Os loucos são felizes porque vivem em constante estado de fantasia e o que nos diferencia deles é a capacidade de perceber quando ela termina.
Nós imaginamos que o mundo é perfeito quando algo de bom nos acontece, mas basta olhar em volta pra constatar que não é nada disso.
O tempo todo é assim!
Nossa mente oscila entre imaginação e frustração, num ciclo já tão viciado que a gente nem racionaliza mais os pensamentos.
Todo mundo fantasia, todo mundo ilustra, todo mundo se engana... é inevitável e, ouso afirmar, imprescindível. Não dá pra conviver com a realidade nua e crua. É no limite do real, lá onde a fantasia não entra, que as pessoas enlouquecem. E daí, ou vivem de uma forma fantasiosa, ou acabam com a vida por tê-la visto a olho nú.
Você entra na faculdade e imagina um milhão de coisas bacanas, traça um caminho florido, permeado de sucesso, de realização. Isso tudo antes mesmo de ir ao primeiro dia de aula. Chegando lá você descobre que não era nada daquilo.

Você consegue o emprego dos seus sonhos e imagina-se completamente realizado. Mas lá você se depara com a competição, com a deslealdade, com as pessoas buscando sucesso a qualquer preço. Você conhece uma pessoa, vocês saem, uma, duas, três vezes. Você se envolve e acredita que ela também está envolvida.
Você imagina um relacionamente feliz, faz planos, sorri imaginando que ela deve estar pensando a mesma coisa. Mas, como a vida não é um filme, nunca é assim. Você pensa nela, mas ela não está pensando em você.

Isso só pra citar algumas das situações mais corriqueiras das nossas vidas.
Pareço um pouco desiludida, um pouco cética, um pouco niilista, mas não é isso.
Eu continuo usando todas as minhas infindáveis tintas para colorir o meu mundo, só que um pouco mais consciente do que faço, como forma de tentar amenizar a frustração que certamente virá.
Como tenho pensado muito, convido meus queridos leitores à reflexão.

Beijinhos pensantes!

3 comentários:

Unknown disse...

É bem verdade o que vc disse,mas acho que muitas vezes fantasiamos porque colocamos o carro na frente dos bois,temos que ter na cabeça que vivemos pisando em ovos,e temos que ter cuidado e andar um passo de cada vez.

Sobre ser coadjuvante,às vezes é a melhor coisa sair dos holofotes

Anônimo disse...

Claudinhaaaa
fiz outro blog... olha lá depois!

http://nacamacomfreud.blogspot.com

As vezes é bom só observar!

bjs

Juh Ramos disse...

Ahhhhh!!!!Adorei o blog. E fatalmente me fez pensar.


beijos