sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dividindo

Virei nômade... acho que essa palavra define bem o meu momento.
Estou viajando loucamente com o Improvável. Passo pouco tempo em casa, vejo pouco meus amigos do peito, falto bastante na faculdade... Mas, em compensação, tenho ao meu lado pessoas incríveis, experiências ímpares e o meu trabalho que eu tanto amo.
Meu coração está aprendendo a seguir essa tendência: nada de ficar parado por muito tempo num único amor. Viver intensamente cada paixão enquanto ela dura e sofrer o mínimo possível quando ela acaba.
Andei amargando dias difíceis, mas o tempo já está abrindo. Eu já consigo lembrar de bons momentos da última paixão e sorrir, ao invés de chorar.
Eu não queria que acabasse. Aliás, não era pra ter começado. Mas quem me conhece sabe que nunca me arrependo. O saldo é sempre positivo, basta querer olhar pelo lado bom.
Eu nunca me senti tão bem com alguém e isso foi uma experiência inesquecível. Eu me senti mulher, me senti querida, me senti criança, me senti acolhida, me senti bonita... me senti. E não senti rejeição quando acabou. Senti a dor do término, mas deve ser porque me apego muito sempre.
Eu quis sentir raiva, quis ficar longe, quis sumir... mas, logo depois, já queria que tudo voltasse a ser como era antes de ter me entregue a ele.
Ele me fez tão bem e eu o quero pra sempre por perto.
Eu só não vou entender nunca porque acabou tão prematuramente o que parecia ir tão bem.
Mas a vida não é mesmo feita pra entender.
Ele me contou uma história que parece boba e infantil, mas fala direto ao coração e é sobre saudade. Quero dividir com vocês:


"Era uma vez um pastorinho de ovelhas. Ele era jovem, bonito, tinha os cabelos escuros e encaracolados. Ele cuidava de um rebanho que tinha muitas ovelhas, todas muito brancas, menos uma. Ela era azul, não toda azul, mas azul. Um azul royal. E eles eram amigos. Ela conversava com ele enquanto todas as outras falavam apenas ovelhês. Ela falava português e eles passavam muito tempo conversando. Quando eles se encontravam era sempre igual. Ele dizia 'Oi Azulão! Tudo bem?' e ela respondia que sim e eles conversavam sobre tudo, desde assuntos banais, até assuntos sérios. Eles passavam o dia inteirinho juntos. Eram amigos. O tempo foi passando e os dias eram iguais 'Oi Azulão! Tudo bem?' e ela respondia que sim e a conversa começava. Um dia o pastorinho acordou, vestiu sua túnica, pegou seu cajado e foi até o rebanho. Ele olhou, olhou e olhou e nada de encontrar sua amiga. Ele perguntou para as outras ovelhas onde estava a ovelha azul e elas responderam 'Béééééé', elas só falavam ovelhês. Ele ficou muito triste, se afastou um pouco do rebanho e quando olhou para o céu viu uma nuvem azul, não toda azul, mas azul. E então ouviu 'Oi! Eu estou aqui em cima. Fui promovida a nuvem! Agora eu sou livre!'. Ele estava triste, mas viu como a amiga estava feliz e se conformou. Todos os dias ele fazia seu trabalho procurando a nuvem no céu. Algumas vezes ela estava lá, outras não. E o tempo foi passando e os dias eram iguais. Até que um dia o pastorinho acordou, vestiu sua túnica e viu que seu cajado não estava no mesmo lugar onde sempre esteve. Ele ficou muito bravo e saiu a procura de seu cajado. De repente, percebeu que seus pés não tocavam o chão e que em suas costas estavam grandes asas. E logo ele estava no céu, novamente junto com sua amiga. Quando ela o viu quase explodiu de alegria e disse: 'Veja que legal, você foi promovido a anjo'. E eles conversaram, e conversaram e conversaram. Agora, estavam juntos para sempre."
E se eu chorei escrevendo esse post, é porque a saudade ainda está aqui e eu ainda não virei anjo...

(Se você ler esse post, me desculpe se não contei a história exatamente como você me contou. Não sou boa com histórias...)

8 comentários:

Anônimo disse...

Sempre é valido!

Anônimo disse...

Sempre é valido!

Anônimo disse...

Sempre é valido!

Thainã Ventura disse...

Adorei o seu post: lindo e real.
Parece que todo mundo sente a mesma coisa quando algo se acaba!
Enfim, gostei muitíssimo!
Obrigada por compartilhar sentimentos tão unicamente doloridos!

Kênia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kênia disse...

Chorei!

jamyllebizzocchi disse...

olá minha linda é muito lindo seu blog
parabéns adorei muito
sempre q eu puder vou deixar um monte de comentarios
aqui
ok
bjos

pati romano disse...

Que lindo! Deve ser meio ruim ficar viajando desse jeito, mas deve ser legal (pelo menos um pouco, vai) viajar com o Improvável... rs
Beijos!